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BEJA

BEJA

29
Jan05

N Meu Alentejo

Lumife
alentejo 1.jpg


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Tudo é tranquilo e casto e sonhador...

Olhando esta paisagem que é uma tela

De Deus, eu penso então: Onde há pintor

.

Onde há artista de saber profundo,

Que possa imaginar coisa mais bela,

Mais delicada e linda neste Mundo?


.

(Florbela Espanca)

27
Jan05

B A R R A N C O S

Lumife
noudar.jpgCastelo de Noudar


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Aspectos Geográficos

O concelho de Barrancos, do distrito de Beja, situa-se no Alentejo e no Baixo Alentejo . Ocupa uma área de 168,4 km2 e abrange uma freguesia: Barrancos.
O concelho encontra-se limitado a sul e a oeste por Moura, a noroeste por Mourão, no distrito de Évora, e a este e a norte por Espanha.
Este concelho apresentava em 2001 um total de 1924 habitantes.
Possui um tipo de clima mediterrânico, com um período seco de cerca de 80 a 100 dias, durante o Verão, em que a temperatura média varia entre os 29 °C e os 31 °C. No Inverno, as temperaturas são baixas (2 °C em média).
A sua morfologia é marcada pela serra de Colorada, com 392 metros de altitude.
Dos recursos hídricos, referência para a ribeira de Murtigão, a ribeira do Cadaval, a ribeira de Murtega e a ribeira de Ardila.


História e Monumentos

Em 1167, estas terras foram conquistadas aos Mouros por Gonçalo Mendes da Maia. Posteriormente, em 1200, procedeu-se ao seu repovoamento, por ordem de D. Sancho I.
A antiga vila de Noudar, que veio a ter um castelo, seria mais importante na altura do que Barrancos, e foi doada a D. Brites, mulher de Afonso III, em 1283, mas só em 1295 é que a vila de Noudar passou definitivamente a fazer parte de Portugal, sendo-lhe logo, no mesmo ano, outorgado foral por D. Dinis.
Em 1303, foi doada à Ordem de Avis, tendo o Mestre de Avis, D. Lourenço Afonso, fundado o castelo e a povoação da vila no ano de 1308.
Recebeu foral manuelino em 1513.
Em 1825, deu-se a extinção da vila de Noudar, dado que, pouco a pouco, foi sendo despovoada, de modo que a sede de concelho passou a ser Barrancos.
A nível do património arquitectónico destaca-se o Castelo de Noudar (vestígios), concluído em 1308 e localizado num local estrategicamente bem situado. O castelo foi sofrendo posteriormente várias reparações. A muralha é hexagonal. Existe, ainda, uma casa cilíndrica, de pedra solta e falsa abóbada, que rodeia o castelo medieval.
De destacar, ainda, embora já em ruínas, a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, a Casa do Governador e a igreja paroquial, datada de 1747, cujo altar de Nossa Senhora das Dores é anterior a esta data, de influência barroca, sendo, segundo consta, uma relíquia que proveio do desmantelamento da Igreja de Nossa Senhora do Desterro, em Noudar. É formada por três naves abobadadas e possui quatro altares expostos nas naves laterais, um dos quais com uma bela pintura de Nossa Senhora do Carmo. No local da igreja existiu anteriormente um outro edifício religioso, mas nada se sabe dele (devido a um incêndio que consumiu toda a documentação), nem sequer por tradição oral. Foi alvo de remodelação em 1925.


Tradições, Lendas e Curiosidades

No concelho as manifestações populares e culturais são numerosas, sendo de destacar o baile da Pinha, realizado no sábado seguinte ao Carnaval; o Dia de Flores, no qual se realiza uma romaria, na segunda segunda-feira, após o Domingo de Páscoa; o Dia da Padroeira Nossa Senhora da Conceição, a 8 de Dezembro; a festa e o baile dos Quintos, realizando-se a festa na noite anterior à inspecção militar e o baile no sábado posterior; e, por último, as festas em honra de Nossa Senhora da Conceição, que decorrem nos dias 28, 29, 30 e 31 de Agosto, sendo muito populares e conhecidas, quer pela realização de espectáculos de variedades na Praça da Liberdade, quer pela realização de bailes e, principalmente, pelas novilhadas, onde se matam os novilhos e as vacas nas chamadas "Touradas de Morte".
No artesanato a referência vai para as cadeiras de buinho, os cestos, as rendas e os bordados.


Economia

No concelho predominam as actividades ligadas ao sector primário, seguido do secundário, com as indústrias de salsicharia, de enchidos e de exploração de xisto, e só depois vem o terciário.
A agricultura mantém ainda uma importância muito significativa, facto comprovado pela enorme percentagem de área agrícola concelhia dedicada à prática desta actividade, que ronda os 87% da área do concelho, destacando-se, fundamentalmente, os cultivos de cereais para grão, os prados temporários e as culturas forrageiras, a horta familiar, o pousio, o olival, os prados e as pastagens permanentes.
A pecuária regista também alguma importância, nomeadamente na criação de ovinos, bovinos e suínos.
Cerca de 477 ha do seu território correspondem a área coberta de floresta.



26
Jan05

A L M O D Ô V A R

Lumife
sev portela.jpg"Ceifeira Bonita" de Severo Portela


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Aspectos Geográficos

O concelho de Almodôvar, do distrito de Beja, localiza-se na região do Alentejo, no Baixo Alentejo, ocupa uma área de 777,4 km2 e abrange oito freguesias: Almodôvar, Gomes Aires, Rosário, Santa Clara-a-Nova, Santa Cruz, São Barnabé, Senhora da Graça de Padrões e Aldeia dos Fernandes.

O concelho encontra-se limitado a noroeste e oeste pelo concelho de Ourique, a sul por Loulé e Silves, ambos do distrito de Faro, a este por Mértola e a norte e nordeste por Castro Verde.

Este concelho apresentava, em 2001, um total de 8145 habitantes.

Possui um tipo de clima mediterrânico, com um período seco de cerca de 80 a 100 dias, durante o Verão, em que a temperatura média varia entre os 26 °C e os 29 °C. No Inverno, as temperaturas são relativamente moderadas.

A sua morfologia é marcada pelo monte da Cachopa (281 m) e pela serra do Caldeirão (561 m).

Dos recursos hídricos, salientam-se a ribeira de Oeiras, o rio Vascão e o rio Mira.


História e Monumentos

Existem testemunhos, nas terras deste concelho, que comprovam que a sua povoação é muito antiga, como as antas do período megalítico e, por exemplo, as Mesas do Castelinho, cujo povoado terá tido origem no século V ou VI a. C.

Estas terras foram mandadas repovoar por D. Dinis pela outorgação de foral em 1285, após as guerras entre mouros e cristãos.
Posteriormente, em 1512, D. Manuel confirma e amplia o foral de D. Dinis.

A nível do património arquitectónico, destacam-se os vestígios arqueológicos romanos e árabes da 1.ª e 2.ª Idade do Ferro; o Convento de São Francisco, que foi fundado, em 1680, por Frei José Evangelista e a Igreja Matriz, cujo templo possui três naves, com colunas toscanas, ostentando uma sumptuosa capela-mor mandado construir por D. João V, em 1747.

É de realçar ainda a Igreja da Misericórdia, que remonta ao tempo de D. Leonor, tendo anexada a Capela do Senhor do Calvário.


Tradições, Lendas e Curiosidades

As manifestações populares e culturais do concelho são numerosas, sendo de destacar a festa de Santa Clara, realizada a 12 de Agosto; a festa de aniversário da Casa da Cultura, no último fim-de-semana de Abril;a festa de Santo Amaro, realizada a 15 de Janeiro, decorrendo também uma feira muito típica relativa à devoção de Santo Amaro; a 24 de Junho, a festa de S. João; a 20 de Abril, a feira de Abril e a Feira Anual a 5 de Outubro.
No artesanato merecem referência as mantas de retalhos, as cadeiras em bunho, os trabalhos em madeira, as rendas e os bordados.

Em Almodôvar, como instalações culturais destacam-se o Museu Severo Portela e a Biblioteca Municipal.


Economia

No concelho predominam as actividades ligadas ao sector primário, seguido dos sectores secundário e terciário. No sector secundário destacam-se as indústrias de exploração de cortiça, de exploração florestal, de carpintaria, a serralharia civil, a construção civil e destilarias de aguardente de medronho. No sector terciário sobressai o pequeno comércio.
A agricultura tem ainda uma grande importância, facto comprovado pela elevada percentagem de área agrícola concelhia, que ocupa cerca de 68% da área total do concelho, destacando-se os cultivos de cereais para grão, prados temporários e culturas forrageiras, culturas industriais, pousio, olival, prados e pastagens permanentes.
A pecuária regista também algum relevo, nomeadamente na criação de ovinos, aves e suínos.

Cerca de 7705 ha do território correspondem a área coberta de floresta.

24
Jan05

A L J U S T R E L

Lumife
aljust.jpg


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Uma das mais antigas povoações de Portugal. Duas colinas, um vale, casario em socalcos, paisagem a perder de vista e um passado milenar. É Aljustrel, do alto da Senhora do Castelo.
Estamos no coração do Baixo Alentejo e o forasteiro que aqui se desloca, olha à sua volta e deslumbra-se com a vasteza dos campos, o oceano das paisagens, a planície a perder de vista.
Aljustrel, antiga cidade romana Vipasca, denominada Al-lustre pelos árabes, aos quais foi conquistada, em 1234, no reinado de D. Sancho II, por D. Paio Peres Correia e os Cavaleiros da Ordem de Santiago de Espada. Como recompensa, o monarca fez-lhes doação desta praça e uma vastíssima área, a qual viria a ser confirmada por D. Afonso III, que deu a Aljustrel, em 16 de Janeiro de 1252, o Primeiro Foral. Posteriormente, D. Manuel I, concedeu Foral Novo a esta vila, em 20 de Setembro de 1510.


Nos últimos dois séculos, a rudeza da actividade de extracção mineira envolveu completamente toda esta região, moldando-lhe os hábitos e as tradições, ditando-lhe a maior ou menor grandeza do ganha pão, o bulício do dia a dia.


Conhecida desde tempos imemoriais pelas suas jazidas minerais, não há certezas quanto à época em que estas terão começado a ser sistemàticamente exploradas. Contudo, as diversas ocupações aqui existentes, desde a idade do Cobre, apontam para que a exploração tenha começado, de forma incipiente, 3.000 anos antes de Cristo.
É com a ocupação romana entre os sécs. I e IV d.C. que se inicia a exploração em larga escala do minério, que era fundido no local e posteriormente transportado para Roma.
Desta ocupação existem numerosos vestígios, nomeadamente no «Chapéu de Ferro» e escoriais da mina de Algares, onde foram encontradas 2 placas em bronze, que contêm as normas que regiam aquele Couto Mineiro, então designado por Vicus Vipascensis.
Após a ocupação romana, estas minas deixaram de ser exploradas intensivamente, tendo sido retomada, a actividade mineira em larga escala, em 1849. Até aos nossos dias passou por sucessivos altos e baixos, representando as décadas de 60/80 o último grande pico da actividade mineira do concelho.

Embora temporariamente desactivada, desde 1993, a mina constitui um importante património económico e cultural.

Ligado a este sector saliente-se a existência de uma fábrica de explosivos, implantada na área da mina.





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Património

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Considerada um verdadeiro ex-libris da povoação, a Ermida de Santa Maria do Castelo vem referida na visitação da Ordem de Santiago de 1482, sendo a sua denominação alterada, a partir de 1510, para Nossa Senhora do Castelo. Desde sempre, esta Ermida esteve ligada à fé das populações do concelho, a ela se associando vários milagres e lendas.
A Ermida e a área envolvente, que inclui as ruínas do Castelo (islâmico), foi classificada como Imóvel de Interesse Público, em 1992.

Do património edificado da vila há a destacar, ainda, a Igreja Matriz ou de S. Salvador. Construída no século XV, é um dos maiores templos portugueses de uma só nave, com abóboda lisa, que assenta em paredes de mais de dois metros de espessura. O painel de azulejos (século XVII), frontal do altar-mor, atribuído a Gabriel del Barco, foi classificado, por Santos Simões, como peça de extraordinário valor artístico.

A Igreja da Misericórdia é um monumento do século XVII de estilo renascentista. Foi centro de assistência aos doentes e era o lugar onde se realizavam as cerimónias religiosas da Semana Santa.


Existiram 15 moinhos de vento à volta da povoação, tendo a Câmara Municipal recuperado, recentemente, o de Malpique.


Outro local patrimonialmente importante e de grande beleza plástica, a merecer presença do visitante, é a área mineira, com a maquinaria e as estruturas de apoio à mineração já desactivadas.

19
Jan05

O Achamento e os Paraquedistas ...

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As eleições têm destas coisas, uma região que estava entregue ao abandono, que o Governo não mexia uma palha para beneficiar torna-se de repente objecto das maiores preocupações e carinhos.



Em termos práticos nada acontece mas transmite-se a imagem para o eleitorado, que eles consideram ser parvo, que a preocupação é sentida e verdadeira. Se conquistados os votos volta tudo à normalidade e rapidamente se esquecem dos tansos que os levaram ao poder.



Ainda julgam que o eleitorado é atrasado mental, só que gato escaldado de água fria tem medo. Leonor Beleza, a anterior pára-quedista, até disse ser escandaloso que a ligação ferroviária fosse tão antiquada e que isso ia mudar. A gentil e preocupada senhora desapareceu e o comboio lá continua na mesma ou pior, nem um euro se gastou com ele.

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Costa Neves que vindo das ilhas mal conhecia o caminho de Portalegre, após a sua designação para cabeça de lista do PSD no distrito, passa cá quatro dias à conta do erário público sob a capa de protocolos com as autarquias, que nem eram do seu Ministério e nalguns casos foram assinados pela segunda vez, e provas de vinhos. Tudo actividades muito meritórias e que sempre conferem alguma notoriedade a quem a protagoniza, principalmente quando ninguém sabia sequer que ele tinha nascido ou existia, quanto mais conhecê-lo.


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(Extractos do artigo de Jorge Costa in Notícias do Alentejo)

18
Jan05

SECA : Governo recusa accionar fundo de calamidade no Baixo Alentejo

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alem te.jpg


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O ministro da Agricultura, Costa Neves, reconheceu hoje que os agricultores do Baixo Alentejo estão a viver uma "situação difícil" devido à seca, mas recusou accionar, para já, o fundo de calamidade na região.


"O fundo de calamidade é uma hipótese excepcionalíssima e o Governo está disponível para o accionar, mas apenas quando a situação no terreno comprovar que é uma medida necessária", justificou Costa Neves.


O ministro falava aos jornalistas em Beja, na sede da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva, após uma reunião de trabalho sobre o empreendimento. À espera de Costa Neves estava uma delegação da Federação de Agricultores do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Faaba), para quem a situação de seca na região é "a pior de todos os tempos". "Já tivemos secas graves, em 1980 e 1992, em Abril ou Maio. Esta começou em Setembro, não há uma gota de água e o Governo tem de assumir o estado de calamidade, porque a campanha cerealífera está perdida e não há pastagens para o gado", frisou Sebastião Rodrigues, porta-voz da Faaba.


Além disso, a delegação da Faaba, que se deslocou ontem à Golegã para uma reunião com o secretário de Estado da Agricultura, mas que foi recebida por outros representantes do ministério, garante que, à situação de seca, "acresce o sequestro sanitário dos ovinos e caprinos" no Alentejo devido à doença da "língua azul" (vírus da febre catarral ovina).


Confrontado com estas queixas, o ministro da Agricultura disse estar a par da "fase difícil" por que os agricultores do Baixo Alentejo estão a passar, mas salientou que, para já, os apoios não passam pelo fundo de calamidade.


"O próprio fundo tem que ser concertado com Bruxelas, em função da situação. Por agora, estamos em contacto permanente, várias vezes ao dia, com as confederações que representam os agricultores para recolher toda a informação", argumentou.


Afirmando estar ciente da necessidade de chuva no Alentejo, o ministro preferiu realçar que já foram disponibilizadas "várias medidas" para apoiar os agricultores, como a antecipação do pagamento dos prémios comunitários e o financiamento, por parte do Estado, das vacinas aos animais alvo do cordão sanitário devido à doença da
"língua azul".


"Essa operação de vacinação vai ser toda financiada pelo Governo e estamos também em contacto com Bruxelas para a criação de derrogações que permitam o pastoreio dos animais em terrenos de 'set-aside', ou seja, à margem da utilização agrícola", explicou.


Um conjunto de apoios disponíveis está para consulta no sítio online do Ministério da Agricultura, frisou ainda o governante, garantindo que o contacto com os agricultores "está aberto", mas que é preferível ser feito "através das confederações e não das dezenas de federações existentes no país". "Estou informado sobre a situação, mas se há coisa que não sei nem posso fazer, é trazer a chuva", afirmou, quando questionado sobre se já apelou a S. Pedro: "Rezar, já rezei, mas ainda não resultou".


A delegação da Faaba, afecta à Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), acabou por ser recebida informalmente por Costa Neves, embora Sebastião Rodrigues tenha dito aos jornalistas, no final, que as explicações "não satisfizeram as reivindicações" dos agricultores. "É vergonhoso que um ministro nos diga que tem de pedir autorização à CAP para nos receber. Vamos reunir a Faaba e tentar, mais uma vez, agendar uma reunião, mas agora tudo fica nas mãos dos agricultores", argumentou, sublinhando que "dentro de 15 dias, ainda vai haver mais animais a morrer com fome".


Sebastião Rodrigues criticou também a CAP, por, neste momento, "não representar os agricultores alentejanos", e lançou um apelo ao presidente daquela estrutura, João Machado, para se juntar aos protestos. "É mais difícil de apanhar do que o ministro e já lhe pedimos ajuda, mas não obtivemos sequer uma resposta", disse.


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publico.pt

15
Jan05

Perdão - (Raúl de Carvalho)

Lumife
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Regresso à minha terra; andei perdido...


Chamem-me réprobo, ignaro, o que quiserem...


Sou como o pássaro que, depois de ferido,


Que Deus lhe dê a campa que lhe derem...


.

Não olho altares, não rezo, não ajoelho,


Mas em minha alma a comoção dorida

De quem volta de longe, de bem longe...,


E encontra à sua espera toda a sua vida...


.

Ouço as primeiras falas que empreguei,


Vejo as primeiras luzes que enxerguei,


Amo as primeiras coisas que dei


O amor que Deus pôs em quanto amei...


.

E trago tudo junto, aqui, no peito


Neste albergue de vozes, gentes, passos,


Lúgubre às vezes, soalhento às vezes,


E tanto, tanto meu, que lhe criei o gosto


.

Verdadeiro de quem ama e já não chora


Porque o chorar passou... a despedida


Melhor que um poeta pode dar à Vida


É despedir-se dela num sorriso:


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Talvez num beijo... Talvez numa criança


Que o mundo, ao largo mundo vem mandada


Por seus pais que a criaram, sua terra que a viu


Quando ela foi por Deus nada e criada...

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Agora temos tempo de fartura


(Quer faça sol ou vento, ou entristeça


A minha mente, e a minha voz se esqueça...)


De ir cantando de novo, à aventura...


.

À aventura dos limos e das seivas,


Das secas e dos montes, dos moinhos,


Dos pais que não se fartam de sentir


A dor sublime de ver crescer os filhos...


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Terra de alqueives, ou monda, ou de pousio,


Terra de largos trigueirais ao sol,


— Quem vos mandou contaminar-me,


E para sempre, do vosso resplendor?...


.

Poalha luminosa, mas agreste;

Folha de zinco em brasa; imensidão;


A toda a volta — Tanto em vós como em mim —


Implantou Deus a solidão.


.

Solidão! de hastes curvas no silêncio


Que dá a volta inteira à terra inteira,


Solidão que eu invoco como se


Vos conhecesse pela primeira vez!...


.

Subo os degraus a medo; páro e ouço...


O que ouço eu? a voz dos sinos? minha mãe?


É com palavras simples e em segredo


Que eu beijo a terra onde nasci também,


.

Bernardim, Florbela, meu louco e bom Fialho,


Meus irmãos de pobreza, e solidão, e amor preso,


Aqui vos trago o que hoje tenho: Um coração


Sofredor como o vosso, e como o vosso ileso!


.

Ó planície de alma! ó vento sem ser vento!


Ó ásperas vertentes ao nascente;


Ó fontes que estais secas, ó passeios


Da minha mágoa adolescente...


.

Como eu vos quero ainda! como eu sinto


Que tudo o mais é tédio e é traição...


Pode-se amar tudo na Vida, mas


Nunca se pode trair o coração.


.

Dele nos vem, mais tarde a confiança.


Do coração nos sobe, um certo dia,


Uma satisfação que já não pode


Sequer chamar-se-lhe alegria.


.

E todavia tanta... A de sabermos


Que ainda em nós se ergue e não distrai


A casa da esquina onde nascemos...


A torre que dá horas e não cai...


.

Peço perdão a Deus de ter voltado


Mais pobre e mais feliz: mais perdoado!



.



Voltei à minha terra; aqui faz sol!



13
Jan05

Vidigueira

Lumife
s.cucufate.jpgRuínas romanas de S.Cucufate


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A primeira referência documental sobre a vila da Vidigueira até agora conhecida, data de 1255, altura em que com a fundação do Mosteiro de S. Cucufate foi instituida a respectiva paróquia e estabelecidos os limites da mesma.

É natural que as suas origens remontem a período anterior ao da última conquista, que se situa em 1235, não havendo contudo nenhum documento que esclareça este ponto.

0 primeiro donatário desta vila foi Mestre Tomé, tesoureiro da Sé de Braga e leal servidor do Rei D. Afonso III.

Em conformidade com o encargo que recebera ao ser-lhe feita a doação, Mestre Tomé terá, mandado povoar o local que depressa se desenvolveu, tendo-lhe sido igualmente atribuida a edificação da igreja consagrada a Santa Clara, que foi a primeira matriz.
De 1304 a 1315, segundo testemunha a escritura então lavrada, a vila da Vidigueira pertenceu ao rei D. Dinis e em 1385, D. João I doou-a ao condestável D. Nuno Alvares Pereira.
Estes factos documentam a importância que a vila teria na altura.
Em 1496, fol fundado na Vidigueira o Convento de Nossa Senhora das Relíquias, pertencente à Ordem do Carmo.
Na várzea do Zambujal, local onde segundo a lenda, a Virgem Maria fez a sua aparição a uma pastorinha, foi erigida uma ermida que mais tarde foi entregue aos monges carmelitas de Moura, para que aqui estabelecessem um convento.

A sua fundação encontra-se documentada por alvará expedido em Montemor pelo Rei D. Manuel a 7 de Janeiro de 1496.
Tendo estado por duas vezes na posse da Casa de Bragança, a vila da Vidigueira recebeu o seu foral a I de Janeiro de 1512, concedido pelo rei D. Manuel.
Durante o reinado deste monarca, esta vila conheceu ainda outro momento alto da sua história.
Por carta passada em Évora a 29 de Dezembro de 1519, D. Manuel concede a D. Vasco da Gama, Almirante da Índia, o titulo de Conde da Vidiqueira, com todas as honras, graças e privilégios que tinham os condes do reino.

A casa da Vidigueira, fundada pelo ilustre Navegador, levou decerto a que a povoação se desenvolvesse e que o seu nome ganhasse prestígio.

Para a prosperidade do concelho que então se limitava à freguesia actual, contribuíu também a actividade agricola que tinha características muito particulares. Os vinhos da Vidigueira já então eram famosos.
No sec. XVIII, "a preponderância cabia às províncias da Beira, Estremadura e Alentejo, já então gozando de renome os vinhos do Alentejo (Borba, Vidigueira, Viana e Avis)... ". A última década do século passado e o princípio deste século foram marcados por uma personalidade cuja acção ainda hoje permanece viva em terras da Vidigueira: o vísconde da Ribeira Brava.

Eleito duas vezes Presidente da Câmara, respectivamente de 1890 a 1898 e de 1899 a 1902, Ribeira Brava realizou importantes obras, tendo em vista o melhoramento das condições de vida da população. A ele se devem: o abastecimento de água a Vidigueira e Vila de Frades, a criação do Hospital Cívil, o melhoramento das ruas e praças da vila e a construção do edifício da Câmara Municipal.
Sempre ligada a homens, feitos e tradições que o tempo jamais apagará, a Vila da Vidigueira é possuidora de um património arquitectónico e artístico de grande valor.


No concelho da Vidigueira existem espaços e paisagens muito diferenciados que o convidamos a percorrer e descobrir. Entre Vila de Frades e a Vidigueira estamos perante a zona dos pomares, hortas e das vinhas que tanto afamam o concelho; na direcção de Selmes e Pedrogão sentimos o Alentejo das grandes extensões, aqui, o cereal reina, por fim o vale do Guadiana, simultaneamente agreste e calmo, povoado de pequenas azenhas.
O Mendro apresenta-se-nos como uma silhueta no horizonte. Vá até à ermida de Stº António (Vila de Frades) e disfrute de toda esta paisagem.








08
Jan05

MODA - Associação do Cante Alentejano

Lumife
moda.jpg


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O SEU A SEU DONO


Por lapso não fizémos menção à origem das fotos e outros elementos dos Grupos
Corais Alentejanos que temos vindo a apresentar.

São pertença da Moda - Associação do Cante Alentejano.

Aqui lhe queremos manifestar o nosso reconhecimento e prestar a merecida
homenagem pelo trabalho realizado.

Transcrevemos a seguir os objectivos desta Associação:


"PRINCÍPIOS

A necessidade de dar um enquadramento organizativo ao considerável número de grupos corais existentes em todo o Alentejo, e nas comunidades onde a "alma alentejana" está presente, (actualmente mais de cem Grupos), levou à criação de uma estrutura que permitisse suprir a débil experiência associativa na área do cante.

Assim, em Fevereiro de 2000, foi constituída a MODA - ASSOCIAÇÃO DO CANTE ALENTEJANO, pessoa colectiva gerada no seio de vários grupos corais e de alguns amigos do cante, que visa intervir nas áreas da divulgação, promoção e organização da tradição vocal do Alentejo.

A MODA propõe-se congregar num movimento de opinião e de intervenção, quantos se têm dedicado ao cante alentejano quer ao nível do seu estudo e da sua interpretação, quer ainda ao nível do seu entendimento e apreciação.

Essencialmente, pretendemos a dignificação e valorização do "cante" e dos intérpretes, por se tratar de um património vivo de valor fundamental para a conservação da identidade de um povo e por ser uma referência cultural da região.

Como tal, todas as actividades da MODA projectadas para o futuro, visam dar novo alento aos nossos Grupos Corais, de forma a reforçar sempre a qualidade do "cante", sua interpretação, bem como a organização dos próprios Grupos.

Nesse sentido, queremos incentivar a constituição de associações culturais em torno de cada grupo coral, de modo a que o mesmo possa ter coesão e capacidade organizativa numa lógica empreendedora, gerando movimentos de apoio das comunidades em que se inserem.

Queremos também que se introduza em cada Grupo Coral um sentimento de responsabilidade pelo papel relevante que desempenham cultivando o rigor e qualidade no que vestem e no que cantam.
É importante ter como pano de fundo de toda a actividade dos Grupos a existência de um sentimento de orgulho e de dignidade tanto no "Cante" como na imagem e representação do Alentejo. Consequentemente, os elementos dos Grupos deverão ter cada vez mais cuidado com a forma como se apresentam no acto de cantar, com brio e saber, reforçando a identidade da região a que pertencem.

A MODA pretende, ainda, ser uma força constante de pressão junto dos poderes e grito permanente a soar nas consciências, para que aos Corais seja reconhecida a atenção, o valor e o apoio que lhes são devidos. A MODA quer que a nossa constante disponibilidade e gosto pelo "cante" seja correspondida por uma atitude, por parte dos diversos poderes, de admiração e respeito pelo trabalho artístico dos Grupos.

A MODA deseja também apoiar e incentivar toda a pesquisa e recolha do cancioneiro tradicional alentejano, dos valores etnográficos de cada Região e da história do "cante", recuperando memórias que preservem a genuinidade do cantar e da sua representação e evitem a adulteração das letras e das melodias.

Em síntese, o objectivo da MODA, reside no reforço organizativo dos Grupos Corais, na contínua qualidade do Cante até à perfeição, na valorização do porte e do traje etnográfico, únicos factores que lhes darão credibilidade, suscitarão admiração no escutar do "cante", atrairão elementos mais jovens para os Grupos e defenderão a sua existência no futuro, apesar de o mundo rural em que nasceram já ter desaparecido."


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A MODA - Associação do Cante Alentejano merece uma visita aprofundada.

O seu sie é http://205.214.73.69/index.php

07
Jan05

Pousada de Juventude de Beja

Lumife
pous juv beja.jpg

Localização



Situada no interior do casario branco tão característico das vilas e cidades Alentejanas, a Pousada de Juventude de Beja é uma Unidade dotada de infra-estruturas adaptadas ao espirito de quem procura esta belíssima cidade.




Informações sobre a Região



Os diversos achados arqueológicos atestam a presença humana nesta região desde a época do Paleolítico e Neolítico, passando pela Idade do Bronze e Ferro. Desde os tempos mais longínquos que a Cidade milenar de Beja tem reproduzido uma sedutora atracção sobre o Homem. Sob o domínio romano, em 48 a.C., foi apelidada de Pax Julia, como meio de comemorar a pacificação da Lusitânia, mantendo-se assim por mais de quatro séculos. Disso são testemunhos os Arcos Romanos das Portas de Évora e de Avis e a belíssima Villa Romana de Pisões.

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