VIDIGUEIRA

Aspectos Geográficos
O concelho de Vidigueira, do distrito de Beja, ocupa uma área de 315,8 km2 e abrange quatro freguesias: Pedrógão; Selmes; Vidigueira e Vila de Frades.
O concelho encontra-se limitado a norte pelo concelho de Portel, no distrito de Évora, a este por Moura, a sul por Beja e Serpa e a oeste por Cuba.
Este concelho apresentava, em 2001, um total de 6188 habitantes.
Possui um clima mediterrânico, com um período seco de 80 a 100 dias, durante o Verão, em que a temperatura média varia entre os 28 °C e os 30 °C. No Inverno, as temperaturas são relativamente baixas.
A sua morfologia é marcada pela serra de Santo António, com 318 m, e de Mendro, com 412 m de altitude.
Dos recursos hídricos referência para o rio Guadiana, a ribeira de Selminhos, a ribeira de Marmelar e a ribeira do Freixo.
História e Monumentos
O povoamento deste concelho pode ser considerado pré-histórico, a julgar pelas descobertas arqueológicas feitas no último século.
Terá existido uma villa romana de S. Cucufate, em Vila de Frades, e outra na freguesia de Selmes, denominada de villa romana do Monte da Cegonha.
Entre 1304 e 1315, Vidigueira terá pertencido ao rei D. Dinis e, em 1385, D. João I doou estas terras a D. Nuno Álvares Pereira.
A vila estaria na posse da Casa de Bragança quando D. Manuel lhe concedeu foral, em 1512.
A 29 de Dezembro de 1519, D. Manuel concedeu a D. Vasco da Gama, almirante da Índia, o título de conde da Vidigueira.
Já desde o século XV que os comerciantes bretões carregavam os seus galeões com os vinhos da Vidigueira e no século XIX Vidigueira já fazia parte da 7.a Região Vinícola do país.
A nível do património arquitectónico, destacam-se o Convento de São Cucufate (ruínas), do século I, perto da Vidigueira, podendo-se ainda visitar a villa romana de São Cucufate. A villa foi alterada na primeira metade do século II e destruída no século IV, dando lugar ao edifício que vemos actualmente e que serviu de convento durante a Idade Média. Também é conhecido por Convento de São Cucufate ou Ruínas de Santiago.
Destaca-se ainda a Torre do Relógio, com realce para o sino que data de 1520, mandado fazer por Vasco da Gama, primeiro conde da Vidigueira.
Do período megalítico, subsistem a anta da Vinha e a anta do Alto da Mangancha, que se encontram bastante deterioradas, conservando alguns esteios, e o menir de Mac. Abraão, localizado na Vila de Frades e em bom estado de conservação.
Tradições, Lendas e Curiosidades
As manifestações populares e culturais abundam no concelho, sendo de destacar a festa de Santa Catarina, realizada no segundo fim-de-semana de Agosto, a festa de Nossa Senhora das Relíquias, que decorre no primeiro fim-de-semana de Setembro, as feiras anuais, no segundo sábado de Julho e no segundo sábado de Janeiro, e o mercado mensal, que tem lugar no segundo sábado de cada mês.
No artesanato merecem referência os trabalhos em madeira, as cadeiras empalhadas, as rendas e os bordados, os bonecos de barro e os bonecos de trapos.
Como personalidades naturais do concelho pode-se referir Fialho de Almeida, que foi um escritor português do século XIX, autor de Os Gatos, sendo ainda hoje recordado no campo das letras, e o ilustre navegador Vasco da Gama, almirante da Índia e conde da Vidigueira.
Como instalação cultural, destaque para o Teatro Gama Herculano.
Economia
No concelho, predominam as actividades ligadas ao sector primário, seguidas do secundário e terciário, não registando o secundário uma importância muito significativa.
A importância da agricultura é confirmada pela percentagem de território concelhio dedicada à prática desta actividade, cerca de 69%, destacando-se os cultivos de cereais para grão, prados temporários e culturas forrageiras, culturas industriais, pousio, olival, prados e pastagens permanentes.
A pecuária mantém alguma importância, nomeadamente na criação de ovinos, caprinos e bovinos.
Cerca de 2195 ha do seu território correspondem a área coberta de floresta.