Moura

Aspectos Geográficos
O concelho de Moura, do distrito de Beja, ocupa uma área de 958,7 km2 e abrange oito freguesias: Amareleja; Póvoa de São Miguel; Safara; Santo Agostinho; Santo Aleixo da Restauração; Santo Amador; São João Baptista e Sobral da Adiça.
O concelho encontra-se limitado a norte por Mourão e Reguengos de Monsarraz, no distrito de Évora, a este por Espanha e Barrancos, a sudoeste por Serpa e a oeste por Vidigueira.
Este concelho apresentava, em 2001, um total de 16 590 habitantes.
Possui um clima mediterrânico, com um período seco de 80 a 100 dias, durante o Verão, em que a temperatura média varia entre os 26 °C e os 29 °C. No Inverno, as temperaturas são relativamente moderadas.
Como recursos hídricos, pode-se referir a ribeira de Murtigão, a ribeira de Toutalga, a ribeira de Vale de Chouriços, o rio Guadiana e o rio Ardila.
A morfologia concelhia é marcada pela serra da Adiça (520 m), da Atalaia Gorda (276 m) e o Rodeio de Touro (535 m).
História e Monumentos
Encontram-se nestas terras testemunhos da existência de uma povoação muito antiga, como sejam as antas do Neolítico e as necrópoles romanas em Sobral da Adiça.
Em 1166, foi conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques, ficando só a toponímia da freguesia como referência do domínio árabe.
Foi-lhe outorgado foral a 9 de Dezembro de 1295, por D. Dinis, que teve também a iniciativa de restaurar o castelo, praticamente destruído depois das guerras contra os sarracenos.
O foral foi renovado em 1296 e 1315. E, em 1512, D. Manuel I concedeu a Moura foral novo.
A nível do património arquitectónico, por ser uma área de fronteira, destacam-se as atalaias, nomeadamente a Atalaia Magra, também conhecida por Atalaia da Cabeça Magra, que é constituída por uma torre redonda que se encontra semiarruinada.
De realçar, também o Castelo de Moura, localizado sobre uma elevação calcária, do qual sobressai a torre de menagem, dionisina, impondo-se pelo seu volume. Voltado a sudeste existe um portal de entrada em cotovelo e túnel abobadado. Ainda existem as ruínas do convento e igreja.
Por último, destaque para o Santuário de Nossa Senhora do Carmo, de 1521, que conserva vestígios de arquitectura gótica e renascença, sendo uma igreja de três naves, do século XIV, enquadrada no antigo convento. Este monumento reveste-se de importância histórica, dado que foi em Moura que se fixaram em Portugal pela primeira vez os Carmelitas e com eles a devoção a Nossa Senhora do Carmo. O templo foi construído no reinado de D. Afonso III para albergar a Ordem.
Tradições, Lendas e Curiosidades
As manifestações populares e culturais abundam no concelho, sendo de destacar a festa de S. Miguel, que decorre de 28 a 30 de Setembro, a feira anual, realizada a 8 de Setembro, a festa dos Santos Populares e de S. João, no dia 24 de Junho, que coincide com o feriado municipal, o mercado mensal, no segundo domingo de cada mês, e a romaria de Nossa Senhora do Carmo, no terceiro domingo de Setembro, na qual se realizam procissões.
No artesanato são de referir as cadeiras de buinho, cestos em verga, ferraria, sapataria manual, rendas e bordados.
Como personalidade notável e natural do concelho destaca-se Baltasar Limpo (1478-1558), que foi bispo do Porto, ficou notável no Concílio de Trento e a partir de 1550 foi arcebispo de Braga.
Como curiosidade, será de referir que, segundo a lenda, o topónimo deve-se à celebrizada moura Salúquia, filha do chefe Buaçou, que foi governadora destas terras e se imortalizou depois dos ataques cristãos a derrubarem.
Como instalação cultural, destaca-se o Museu Árabe, que está instalado no Bairro da Mouraria e que foi inaugurado em 1983.
Economia
No concelho predominam as actividades ligadas aos sectores primário e secundário, na área da indústria de lacticínios, de panificação, de serralharia civil, de construção civil, de carpintaria e indústria de enchidos.
A importância da agricultura é confirmada pelo facto de 54% dos terrenos concelhios corresponderem a área agrícola, destacando-se os cultivos de cereais para grão, prados temporários e culturas forrageiras, culturas industriais, pousio, olival, prados e pastagens permanentes.
A pecuária regista também alguma importância, nomeadamente na criação de ovinos, bovinos e aves.
Cerca de 7351 ha do seu território correspondem a área coberta de floresta.