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BEJA

BEJA

11
Fev05

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Aspectos Geográficos


O concelho de Mértola, do distrito de Beja, ocupa uma área de 1292,7 km2 e abrange nove freguesias: Alcaria Ruiva; Corte do Pinto; Espírito Santo; Mértola; Santana de Cambas; São João dos Caldeireiros; São Miguel do Pinheiro; São Pedro de Solis e São Sebastião dos Carros.

O concelho encontra-se limitado a norte pelo concelho de Beja e Serpa, a este por Espanha, a sul por Alcoutim, no distrito de Faro e a oeste por Castro Verde e Almodovar.
Este concelho apresentava, em 2001, um total de 8712 habitantes.

Possui um tipo de clima mediterrânico, com um período seco de 80 a 100 dias, durante o Verão, em que a temperatura média varia entre os 26 °C e os 29 °C. No Inverno, as temperaturas são relativamente moderadas.

A sua morfologia é marcada pela serra de Mértola (192 m), a serra de Alcaria Ruiva (370 m), a serra de São Baiol (255 m) e a serra de Alvares (310 m).

Dos recursos hídricos, referência para o rio Chança, o rio Guadiana, a ribeira de Carreiras e a ribeira Alvacar.

As terras deste concelho estão abrangidas pelo Parque Natural do Vale do Guadiana, que tem um elevado interesse faunístico, florístico, geomorfológico, paisagístico e histórico-cultural. De realçar também o rio Guadiana, o Pulo do Lobo, o Centro Histórico de Mértola, a mina de S. Domingos, o Podarão e os moinhos de água e de vento.


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História e Monumentos


Nas terras deste concelho existem vestígios de Mértola ter sido um entreposto comercial importante na época dos Fenícios, Cartagineses, Romanos e Árabes, devido à existência de via fluvial e terrestre com ligação ao Sul da península.

A toponímia seria Myrtilis, na época romana, passando a ser posteriormente Mértola.
Os Árabes deixaram uma fortaleza, posteriormente ocupada pelos cristãos, e uma mesquita, que veio a ser transformada em igreja paroquial da sede do concelho.
Em 1238, D. Sancho II conquista Mértola aos mouros, doando a vila à Ordem de Sant'Iago para esta a repovoar.

No século XIII, iniciou-se o povoamento definitivo destas terras, facto comprovado pelos achados arqueológicos dessa época. Em Alcaria Longa existem diversos testemunhos da presença de comunidades pastoris.

Recebeu novo foral em 1512, por D. Manuel.

No século XIX e ainda no século XX, a economia de Mértola dependia muito da exploração das minas de S. Domingos, que se transformaram num grande centro de extracção de pirite cúprica.



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A nível do património arquitectónico, são de realçar o Campo Arqueológico de Mértola, que apresenta um vasto programa museológico, sendo Mértola considerada uma vila-museu com diferentes áreas de intervenção e investigação, organizadas em três núcleos: o Núcleo Romano, o Núcleo Visigótico, que inclui uma basílica cristã, e o Núcleo Islâmico, onde se pode ver uma das melhores colecções portuguesas de arte islâmica (cerâmica, numismática e joalharia).

De destaque ainda é o Castelo de Mértola, medieval, que culmina no morro com duas torres - a torre de menagem, que foi construída em 1292 pelo primeiro Mestre da Ordem de Sant'Iago. Existem alguns torreões amparando muralhas, em grande parte obra de mouros, mas com muita silharia romana. Referência também para a Igreja de Nossa Senhora da Anunciação, matriz de Mértola, dos séculos XI-XIII e que sofreu alterações no século XVI, em estilo manuelino e renascentista.

Destaca-se ainda o Santuário de Nossa Senhora de Aracelis ou Araceles e o património mineiro, como o porto de escoamento do Pomarão, o bairro dos mineiros e as suas infra-estruturas, que constituem marcos importantes da época de exploração mineira.



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Tradições, Lendas e Curiosidades


O concelho é fértil em manifestações populares e culturais, sendo de destacar a festa de S. João, realizada a 24 de Junho, a festa dos Passos, no Domingo de Ramos, a Feira mensal, que decorre na primeira quinta-feira de cada mês, a feira de Abril, no último domingo de Abril, e a Feira de S. Mateus, realizada no último domingo de Setembro.
No artesanato são típicos os trabalhos de tecelagem de manta de farrapos, de linho, de olaria, as miniaturas de madeira e a ourivesaria.

Como instalação cultural, merece referência o Museu Arqueológico de Mértola. Este museu está organizado em diversos núcleos, consoante os períodos dos achados:
1. Núcleo Romano (Edifício da Câmara Municipal). Achados arqueológicos do período romano, incluindo estátuas, pedras tumulares, vasos, etc.

2. Basílica Paleocristã (Rossio do Carmo). Um dos mais importantes edifícios religiosos do seu género em toda a Península Ibérica, esta igreja data provavelmente do século V e reúne a mais importante colecção lapidar de toda a bacia do Mediterrâneo referente aos séculos V e VI. Era um local de doutrina e culto cristãos, onde eram enterrados os fiéis.

3. Núcleo Islâmico (Rua da Igreja). Epigrafia, jóias, objectos de metal, fragmentos arquitectónicos e uma das mais importantes colecções de cerâmica islâmica do Mundo (séculos IX-XIII).

4. Núcleo do Castelo de Mértola. Elementos arquitectónicos do período visigótico.

5. Núcleo de tecelagem tradicional.

Como curiosidade, será de referir que José Saramago, escritor contemporâneo, referiu a paisagem de Mértola na sua obra Viagem a Portugal: "(...) Depois de S. Marcos da Ataboeira começam a ver-se ao longe duas altas elevações, Alcaria Ruiva a maior, tão bruscamente levantada que, a olhos habituados a planície, parece artificial. É aí que a transformação se torna brusca: o mato substitui as terras cultivadas, as colinas encavalam-se, os vales tornam-se fundos e obscuros. (...)"



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Economia


No concelho predominam as actividades ligadas ao sector primário, com a agricultura, pecuária e apicultura, seguidas do secundário, com as indústrias de carpintaria, fabrico de móveis, oficina de ouriversaria, tecelagem, serralharia civil, construção civil e panificação. No sector terciário destaca-se a hotelaria, actividade ligada ao turismo.

Apesar da sua importância, a agricultura ocupa somente uma área de cerca de 3% da área concelhia, destacando-se os cultivos de cereais para grão, prados temporários e culturas forrageiras, frutos secos, pousio, olival e prados e pastagens permanentes.
A pecuária tem também alguma importância, nomeadamente na criação de ovinos, aves e suínos.

Grande parte dos terrenos concelhios, cerca de 12 001 ha, corresponde a área florestal.


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