CASTELO DE ALVITO

Aos pés rojado branco casario
(Vassalo fiel, cega dependência!),
Vaidoso de si, da sua imponência,
Ergue o corpo aos céus, como em desafio.
*
As fendidas torres não perdem o brio,
Como revivendo antiga opulência.
A hera, porém, vê sua impotência
E trepa às ameias, tão velhas, no fio.
*
Melhores anos viu que os que vê agora...
E o velho castelo de tristeza chora
Na noite que abraça a vila que sonha.
*
De dia agiganta, julga-se senhor,
Mas, mal que se foi do Sol o fulgor,
Às trevas revela a sua vergonha.
*
(Escritos da Juventude... e Outros , do meu querido irmão António)