Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BEJA

BEJA

14
Mai06

UM DIA

Lumife

 

 

 

 

 

Um dia

 Sophia de Mello Breyner Andresen


Um dia, mortos, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados, irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais, na voz do mar,
E em nós germinará a sua fala.

15
Abr06

...

Lumife

 

 

ABRIL DE ABRIL

Era um Abril de amigo  Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo   Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil.
Abril sem adjectivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça   Abril de massas
era um Abril na rua    Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava   Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril   Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se   Abril palavra
esse Abril em que   Abril se libertava.

Era um Abril de clava    Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que  Abril floriu nas armas.


ALEGRE, Manuel
in “30 Anos de Poesia”

 

24
Mar06

...

Lumife
Peço que leiam esta mensagem e que actuem de acordo com a vossa consciência.
 
 
 
 
 
 
 
Daqui a menos de 18 horas começa o maior holocausto dos nossos dias: mais de 300.000 focas, na sua maioria bebés (ainda com menos de 3 meses de idade), irão ser mortas com um bastão! Ensanguentados até à morte, ou arrastados e esfolados ainda vivos , estes animais são vítimas de um massacre injustificável e inigualável!
 
Poderão ler mais informação aqui: http://vozobliqua.blogspot.com/2006/03/blog-post.html.
 
Não ignorem e tirem apenas um minuto do vosso tempo para assinar a petição aqui: http://www.thepetitionsite.com/takeaction/263683224?z00m=78136&z00m=78136&ltl=1143202171 ! Já ultrapassámos as 45.000 assinaturas, mas o objectivo a atingir são as 70.000.
 
Tu podes fazer também a diferença: assina a petição e divulga esta mensagem por todos os teus contactos! Não podemos continuar inertes... O cenário é gritante!!!
 
Obrigada!


Lumife - Beja -
14
Mar06

ENCONTRO DE BLOGS EM ALVITO

Lumife

 

 

JÁ SOMOS 56 :

 

A NOSSA CASINHA-2

ALVITRANDO -1                  

BEJA -6                        

GASTR'EAT -3                   

MAR ADENTRO -1                 

PRAÇA DA REPÚBLICA  -1          

JSDALVITO -3                   

CONFESSIONÁRIO DO DILBERT -1   

PENSAR ALENTEJO-2              

ALIMENTACÃO VS SAÚDE 2                

PONTAL DE CACILHAS -1          

SIMPLESMENTE EXISTO-2            

ART & DESIGN DE ISABEL FILIPE -2     

ALCÁÇOVAS-2                    

ATRIBULAÇÕES DE UM ALENTEJANO EM DIRECTO-2

AMORALVA -3                    

A TEIA DA ARANHA-3             

TV ALENTEJO-3                  

ESTREMOZ EM DEBATE -1          

MEMÓRIAS VIRTUAIS -ABANDONADO  - 2

SANTA MARGARIDA - 1

O RESTAURADOR DA INDEPENDÊNCIA - 1

REALPOLITIK - 2

ESTRANHOS DIAS E CORPO DE DELITO  -2

SOL&TUDE -2

PALAVRAS DE FOGO -1

ASUL -1

TV POEJO -1

CACIPESCA -2

 

ENCONTRO DE BLOGS EM ALVITO EM 22 DE ABRIL DE 2006

 

PROGRAMA

   10h30 - Recepção dos Participantes

 

  11h00 - Conferência Bloguista (Oportunamente serão indicados os oradores e temas)

 

  13h00 - Almoço na Quinta dos Prazeres

                       Ementa:
 
                       Entradas Regionais

                       Creme de Coentros

                       Pernil de Porco Preto assado no forno com Migas de Espargos

                       Doce Conventual

                       Vinho Regional

                       Água e Café

                             

  15h30 - Visita guiada ao Concelho de Alvito


  17h30 - Visita à sede do Grupo de Cante - 

  18H00- Concerto na Igreja Matriz de Alvito

 

 Valor da refeição 18€ (Dezoito euros) (crianças até 4 anos não pagam, dos 4 aos    10 anos pagam 50%)

 

  PAGAMENTO: Deverá efectuar o pagamento até ao dia 16 de Abril, através de transferência bancária para a conta com o NIB: 0035 0084 0000 3930 700 26 da Caixa Geral de Depósitos e indicar-nos os dados que lhe são solicitados no formulário que enviámos aquando da sua inscrição .


  

 


27
Nov05

...

Lumife




index_r1_c1.jpg


QUE FIZERAM DOS NOSSOS SONHOS, MANUEL?






Estou no meu cantinho a escrever as minhas coisas, longe da ribalta. Mas agora tem que ser.


Meu nome é António Mesquita Brehm, tenho 78 anos, e escrevo este depoimento como simples cidadão português e não como Vitório Káli, escritor.




As traições não são apenas de agora e transformam sempre o destino dos homens.




Em 1962 encontrei-me, pela primeira vez, com Manuel Alegre em Luanda. Sacámos o santo e a senha da algibeira para nos identificarmos e, a partir daquele breve instante, metemo-nos numa das maiores aventuras das nossas vidas. Combinámos formar um único grupo com armas na mão e derrubar o regime de Salazar.





A guerra colonial havia começado tempo antes, centenas de colonos portugueses tinham sido cruelmente abatidos nas matas do norte de Angola e alguns milhares de negros sofriam agora perseguições e morte nos musseques de Luanda. A vergastada emocional paralisou os nervos da população. Mas toda a gente lúcida sabia que se tornara imperioso estancar aquele martírio inútil dos nossos povos.



Se tomássemos o poder em Luanda e controlássemos Angola, faríamos um ultimato a Salazar e encetaríamos negociações com os movimentos de libertação para discutirmos as condições da independência do território protegendo não só os direitos naturais dos angolanos como ainda de todos os portugueses que ali viviam.





Foi então, às vésperas do golpe militar, que um oficial nosso compatriota nos traiu (ele e alguns mais) e nos denunciou à PIDE acusando-nos de estarmos a vender Angola às forças de Satanás. Toda a cabeça do grupo revolucionário foi presa e encurralada na Prisão de São Paulo de Luanda. Nas celas pegadas às do Luandino Vieira, do António Jacinto e do António Cardoso, cujos nomes ficaram bem gravados na literatura angolana.





Hoje, na proximidade de grandes decisões para o nosso país, afinal também o mesmo acontece. A traição tem sempre um preço.




Estes factos foram determinantes para a evolução da guerra de Angola. E ela continuou por mais onze anos provocando milhares de mortos e estropiados ao exército português e genocídios aterradores de populações angolanas, a fuga em massa dos nossos colonos que lá deixaram os seus haveres, tudo aquilo que era afinal o resultado de muitos anos de trabalho e esperanças. E a destruição de toda uma economia regional que deveria sustentar o futuro de um dos países africanos mais poderosos, e possibilitando o assalto das elites angolanas e dos oportunistas desta lusa terra ao domínio dos grandes negócios e dos empregos milionários enquanto o povo humilhado sofria a fome, a doença, o estropiamento e o abandono.





Pois isto aconteceu muitos anos antes da revolução do 25 de Abril. E teria certamente apontado novo caminho ao futuro de Portugal e de todas as nossas antigas colónias africanas. Os poderes oficiais, e aquela cáfila que deles se aproveita, fizeram uma lavagem da História. Nunca falaram sobre o golpe militar de 1963 em Luanda. Mas o nosso processo policial está fechado a sete chaves, desde há muito, nos Arquivos da PIDE e um dia será detalhadamente revelado para espanto de muita gente. Também eu publicarei mais tarde meu livro de memórias sobre este período da nossa vida colectiva.





Neste momento da candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República, é meu dever recordar a nossa saga de Angola, a figura lendária do Silva Araújo com o seu esquadrão de 500 guerreiros africanos, o major José Ervedosa que, no comando dos aviões de bombardeamento das bases da Ota e do Montijo da Força Aérea Portuguesa lançou as bombas de napalm nos sítios desertos da região de Malange para desrespeitar as ordens de massacrar os milhares de trabalhadores em greve da Baixa do Cassange, o Felisberto Lemos, gerente da Livraria Lello de Luanda, onde se organizaram também muitos encontros clandestinos, o comandante Jeremias Tschiluango dos guerrilheiros do Norte que logo se dispôs a levantar esquemas logísticos para nos ajudar a ocupar Luanda, o chefe Matifoge que roubou armas e munições nos quartéis portugueses.



E aqueles homens como o Vítor Barros, deputado da nossa Assembleia Nacional, que no Huambo nos abriu as portas dos gabinetes dos chefes militares das tropas da cidade, e o engenheiro Fernando Falcão que no Lobito havia preparado o levantamento da sua população contra o regime de Salazar.


E tantos outros oficiais e praças do nosso exército colonial e incógnitos civis que, desde a primeira hora, se integraram no movimento para a defesa da Liberdade.





E também muitos poetas e intelectuais (que palavra horrível) como o Alexandre Dáskalos, o Cochat Osório, o Adolfo Maria, o Henrique Abranches, o Mário António, o Aires de Almeida Santos, o Neves e Sousa, e os nossos camaradas do 1º Encontro de Escritores de Angola realizado no Lubango em Janeiro de 1963. Porque as revoluções também se preparam com poetas, escritores e artistas.





Mas a hora chegara.


E o nosso Manuel Alegre, o nosso grande poeta da gesta portuguesa e da nossa Resistência, foi também então um dos grandes líderes desta revolta armada. E muito deverá contar aos portugueses sobre aquelas horas transcendentes.





Por fim desejo contar dois episódios acerca dele nesse período que nunca esqueci. O primeiro aconteceu no pátio da nossa prisão na hora do recreio quando, de repente, recebemos a visita de São José Lopes, Director Geral da PIDE, que vinha "inspeccionar" o nosso comportamento. Perguntou diversas futilidades sobre a prisão, estacou diante do meu companheiro e disparou: – "Diga lá, senhor Alferes, se esta situação estivesse invertida e você me tivesse preso, o que faria?". Manuel Alegre não vacilou um segundo e respondeu-lhe com firmeza: – "Olhe, senhor Director, mandava-o prender sem hesitações para ser julgado e depois condenado, sem dúvida". São José Lopes, o senhor todo-poderoso da polícia secreta em Angola, ficou perplexo. Não esperava por tal desafio, esteve algum tempo calado e depois sentenciou: – "O senhor Alferes é um homem de coragem". Qual seria o preso, naquelas condições, que o enfrentaria com tal dignidade?





O segundo passou-se em minha casa quando fomos libertados, muitos angolanos nos vieram saudar. Recordo que nessa noite de alegria os funcionários negros da Texaco (a estação de serviço ao lado) nos bateram à porta para nos entregar duas galinhas vivas e era essa a singela homenagem de agradecimento pela luta que sempre travámos junto deles. Foi um bonito ritual de que só, muitos anos depois, entendi no seu verdadeiro significado. Madalena, minha fiel lavadeira da Vila Alice, a pequena Lídia que se esgueirava pelos becos com nossas mensagens, Simão, o carpinteiro do Rangel, que dirigia o grupo dos batedores do bairro e alguns outros, lá estavam presentes à nossa espera, as bocas rasgadas no melhor sorriso que vi até hoje. Manuel Alegre ficou com as lágrimas a brilhar de emoção quando eles o abraçaram. – "Somos todos irmãos", lhes disse. "Um dia os nossos povos caminharão sempre juntos".





Então, senhores historiadores, que é feito dos vossos conhecimentos e da vossa memória?



A juventude portuguesa terá que saber da verdade histórica que, nos subterrâneos do tempo, fundamentou o nascimento das nações africanas que falam a nossa língua e nos deu então a liberdade. A liberdade que ainda temos.





Que fizeram dos nossos sonhos, Manuel?




Decorridos tantos anos, o que vemos?


A nossa revolta de 63 foi enterrada, o 25 de Abril morreu há muito, os velhos conceitos políticos transfiguraram-se do dia para a noite (não apenas simbolicamente), já não existem esquerda e direita mas uma nova linha ética que marca plenamente dois territórios, o mundo dos homens que defendem o povo, os humildes e os pobres, o imperativo categórico da verdade, a igualdade de oportunidades e, do outro lado, aqueles que se defendem a si próprios, as suas fortunas, os seus privilégios, as suas leis ultrapassadas na justiça, na educação, na saúde, na administração, provocando a miséria do pão-nosso de cada dia, a insegurança nas ruas, a destruição das nossas florestas e os incêndios programados, a corrupção nos serviços, os compadrios dos partidos políticos (em que todos se ajeitam), as incompetências dos serviços públicos, os discursos vazios de dirigentes partidários, o negocismo que manda construir estádios megalómanos em detrimento da construção de novos hospitais, o absurdo despesismo com os nossos soldados no estrangeiro, a aquisição de material de guerra que ninguém sabe contra quem, enfim, o crescente divórcio entre o povo e o Estado.



A lista não tem fim.




Compete ao futuro Presidente da República corrigir estes desmandos e vigiar o comportamento ético do Estado. Sim, Ético. E estamos em cima do fio da navalha:



Se o povo português não compreender que estas eleições são as mais importantes em Portugal depois do 25 de Abril e não souber votar com a consciência de que é o futuro da nossa juventude (o futuro do país) que está em causa, então jogará a pátria nos braços e nas garras de soberanias alheias.



Basta.



Que não se fale tanto em democracia a torto e a direito mas que a pratiquem de coração aberto.


Não são os partidos que elegem o Presidente.


O povo é que deve dar a sua Voz.




Esta é a mensagem que te deixo nesta hora dramática da vida dos portugueses. A nação procura um homem sério, corajoso, leal, abnegado, generoso e honrado. Com a dignidade das íntimas convicções.



Avança, Manuel.




Publicado em:


http://wwwmanuelalegre.com




Blog Beja-Novo Endereço

Para visitar o novo sítio do "BEJA" - CLIQUE AQUI

***

19
Jul05

Nova etapa...

Lumife

Chegou ao fim o espaço que o Sapo me disponibilizou e onde durante cerca de um ano
pretendi mostrar o Baixo Alentejo e suas terras, seus costumes e sua história. Porventura não alcancei, na totalidade, o objectivo que pretendia mas vou continuar a tentar .


Vamos iniciar nova tarefa noutro servidor.


Aos amigos que pretenderem continuar a acompanhar-me, o que só me honra, poderão fazê-lo anotando ou clicando aqui BEJA


A todos um muito obrigado e muitas felicidades.

18
Jul05

Ermida de São Neutel (Sant'Águeda)

Lumife
sao_neutel.jpg


Procurei nos sites da Câmara Municipal de Alvito e da Junta de Freguesia de
Vila Nova da Baronia elementos sobre a Capela de São Neutel de que tanto tenho ouvido falar.


Encontrei simplesmente este texto:

"Situa-se na herdade dos Aires, a pouco mais de 3 Km da vila, hoje designada
de Santa Águeda. A data provável da sua construção foi o início do século XVI
e apresenta uma arquitectura religiosa, popular, gótica e maneirista.

É composta por um alpendre disposto sobre três arcos abatidos com abobada
de nervuras de aresta viva e a nave, de planta rectangular com abobada polinervada
disposta sobre pilares fasciculados.

A escuridão do seu interior sem qualquer entrada
de luz é compensada pela vibrante policromia dos frescos que cobrem as paredes e abóbadas,
datável dos séculos XVII e XVIII, e de sabor popular."


A imagem do exterior da Ermida é o único elemento fotográfico que se encontra nos
dois sites.


No entanto e por acaso encontrei no blog Planície Heróica as fotos que coloco de seguida solicitando de antemão autorização do
referido blog e agradecendo essa generosidade para assim melhor publicitar esse património
pois acho que estes elementos culturais deverão estar expostos ao público ou pelo menos
constar dos sites do Município. É uma mais valia do Concelho de Alvito que de outro modo
passará despercebida.Valores culturais como estes enriquecerão, por certo,o site da
Autarquia valorizando ainda mais o seu património.

neutel-1.jpg


neutel-2.jpg

neutel-3.jpg


neutel-4.jpg

neutel-5.jpg


neutel-6.jpg

neutel-7.jpg

neutel-8.jpg


neutel-9.jpg


Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2008
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2007
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2006
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2005
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2004
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D